sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dezessete

Ela tinha dezessete anos. Ele, vinte e quatro. Ela era responsável e perfeccionista, e já ele era inconseqüente e vivia a vida como se não houvesse obrigações a cumprir. Ela tinha regras, muitas regras, dezessete regras no total. E ele tinha uma única regra: não havia regras ou limites para impedi-lo. Ela era amável e carinhosa, porém, não se apaixonava fácil. Ele era galinha, não era homem de uma mulher só. Eles se conhecem, no dia dezessete de julho. No dia dezessete do mês seguinte, uma viagem surge. Uma viagem de dezessete dias. Nessa viagem, eles se conhecem melhor. Dezessete minutos exatos de conversa pra descobrir quantas coisas eles tem em comum, apesar de serem tão diferentes no final das contas. O mais improvável acontece: eles se apaixonam. Ele não quer aceitar o fato de estar apaixonado por uma única garota. Ela não quer aceitar o fato de estar apaixonada por um homem como ele. No décimo sétimo dia de viagem, ele a beija. Dezessete segundos, longos segundos, num beijo que nunca seria esquecido. Ela o empurra e diz que é um erro. Ele diz que não é errado se apaixonar. Ela diz que é melhor ele seguir seu caminho, e ela faria o mesmo. E é isso que acontece. Dezessete semanas se passam. Ele não consegue esquecê-la. Ela não consegue esquecê-lo. Ele manda uma carta pra ela, pedindo pra revê-la; uma carta com exatas dezessete linhas. Ela chora ao lê-la; chora em silêncio, de forma curta e resumida, apenas dezessete lágrimas... Enxuga-as rapidamente, e não responde a carta, mas guarda-a com carinho, entre os seus dezessete livros preferidos. A carta veio acompanhada de um buquê com dezessete rosas vermelhas e perfumadas, que foram carinhosamente depositadas num vaso com água. No dia seguinte, ela vai visitá-lo, no décimo sétimo andar de seu prédio, e quando aperta a campainha, uma loira atende a porta. Ele está logo atrás, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Ele tenta se explicar. Ela não quer explicações. Ela chora. Dessa vez, não dezessete lágrimas, mas sim dezessete minutos de lágrimas. E depois de dezessete dias, ela consegue outro namorado, uma pessoa dezessete anos mais velha... E ele, assim que fica sabendo, vai atrás dela. Encontra-a sozinha em seu apartamento e fala uma única frase, com dezessete palavras: Eu te amo, não consigo te esquecer, por favor, me dá uma chance de fazer você feliz. Ela apenas responde que é tarde demais. Ele pede desculpas. Ela apenas chora por dentro, mas sua máscara fria permanece pelos dezessete minutos em que ele estava presente. E ele vai embora, ela continua na sua vida de perfeccionismo, sem ele. Ele sabe o quanto ela dá atenção aos detalhes, o quanto ela não admite falhas, e segue com sua vida... Sabendo que nunca seria completa sem ela. E ela completa dezoito anos. Dezoito. Um número perfeito. Sem erros, sem falhas.

Por: Débora Laís

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Existem vários tipos de sorriso. Há aquele em que a pessoa consegue lhe passar até o último brilho de alegria que ela sente ao te ver, aquele que usam para te fortalecer, aquele que é realmente um sorriso espontâneo, verdadeiro, aquele que te mantém sorrindo junto. Aquele que se fosse usado por outra pessoa, perderia a magia. Aquele que lhe segura, não deixa você cair. Aquele sorriso amigo. Aquele em que se enxerga com a boca e sorri com seus olhos. Aquele que é o mais falso, e te deixa irritado(a). E aquele que é apenas um sorriso, um bravo e forte sorriso, que acalma.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"Eles não se entendiam, raramente concordavam em algo, brigavam sempre e se desafiavam todos os dias. Mas apesar das diferenças tinha algo em comum: eram loucos um pelo outro."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O amor não é de palavrinhas ridículas, o amor é de grandes atitudes; O amor é sobre faixas de aviões voando sobre estádios, propostas em telões, palavras gigantes escritas no céu; O amor é ir mais alem mesmo que doa, deixando tudo pra trás; Amor é encontrar uma coragem dentro de sim mesmo que você nem sabia que tinha.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Aprendi que as paixões são passageiras, o amor é eterno, mas as paixões podem se tornar amor e esse amor pode ser bom ou ruim pra você, porque se a pessoa que você ama não te amar você vai sofrer eternamente, mas se o seu amor for correspondido você vai ser feliz eternamente. Aprendi que eu posso ter muitos amigos, confiar neles e achar que eles nunca me farão sofrer, mas as coisas não são assim, mesmo aquele que eu acreditava que seria o último a me machucar pode me fazer sofrer e isso não significa que os meus outros amigos também façam isso e durante toda a minha vida vai haver pessoas que vão me fazer sofrer, outras que só me trarão alegrias. Aprendi que se deve respeitar as pessoas ou não será respeitado. Que o meu neto pode viver em um mundo com a natureza preservada, sociedade igualitária, que respeita a todos, sem preconceito algum, pois todos são iguais e tem direitos iguais ou o meu neto pode viver em um mundo terrível, com guerras, fome, aquecimento global, preconceito... Pra colher coisas boas precisa plantar coisas boas também e isso só depende de mim! Aprendi que a vida é um presente único que ganhei de Deus e como único eu devo usufruir ao máximo dela, ser feliz ao extremo, viver ao extremo, rir ao extremo e viver cada momento como se fosse o único e cada dia como se fosse o último, até porque eu não sei se vou estar vivo amanhã e se estiver devo acordar com um sorriso de orelha a orelha por poder ter mais um dia de felicidade.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Nunca se explique, seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

No one can get in the way of what I feel for you!
Eu te amo antes e depois de todos os acontecimentos, na profunda imensidade do vazio e a cada lágrima dos meus pensamentos. Eu te amo em todos os ventos que cantam, em todas as sombras que choram, na extensão infinita do tempo até a região onde os silêncios moram. Eu te amo em todas as transformações da vida, em todos os caminhos do medo, na angústia da vontade perdida e na dor que se veste em segredo. Eu te amo em tudo que estás presente. No olhar dos astros que te alcançam, em tudo que ainda estás ausente. Eu te amo desde a criação das águas, desde a idéia do fogo e antes do primeiro riso e da primeira mágoa. Eu te amo perdidamente, desde a grande nebulosa, até depois que o universo cair sobre mim suavemente.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Nem todas as palavras, músicas, poesias, historias, lendas, melodias, sinfonias; nem todos os livros, filmes, verbos; nem os mais altos montes e os maiores castelos; os planetas mais distantes e os corpos mais belos; nem os mais profundos mares, golfos, peninsulas e oceanos; nem qualquer amor que se construa em minutos, horas, semanas, meses e anos; nada, nunca poderá explicar a grandeza da importância que você tem para mim. Impossível, inconfundível, irremediavel, indiscreto, indireto, íntimo, indagável, intenso, inesquecível amor. Te amo, do tamanho do inexplicável.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Humanos são tão... interessantes!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Eu posso não ser um monte de coisas, mas tenho certeza de tudo aquilo que sou: um céu vermelho, uma noite de lua cheia, um cobertor e um banho de mar, e tudo o mais que tu quiseres viver junto de mim.
Nada pode ser mais triste que isso. Um sonho quebrado, espatifado no chão. Vermelho sangue. E você tenta olhar pra ele sem dor e pensar que vai ficar bem, mas ele está lá em todos os seus sonos, suas tarefas diárias, no ônibus, nos livros, na comida, na água do chuveiro, está lá… caindo sobre você, encostando em você, cutucando você, espreitando entre seus pensamentos, entre o seu trabalho. Não dá pra fugir. Ele está lá, espatifado na poça de sangue vermelho escarlate. Opaco. E então vêem as lágrimas, e o mais difícil é quando veêm e você não pode chorar, pois está em algum lugar público. Um ônibus, o trabalho a faculdade e os amigos. O mais difícil é enfrentar os amigos. Sorrir, quando os músculos do seu rosto não te obedecem e você pensa que a dor no estômago (no peito, nas pernas, nas costas, no couro cabeludo) vai te engolfar e você vai se dobrar pra frente, segurando-se na parede, vendo o chão ficar mais perto, depois escuro e depois silêncio. Difícil segurar lágrimas que insistem em ficar nadando nos seus olhos, prestes a cair, rolar pelo rosto. Inútil olhar pra cima, piscar de leve pra não forçar a descida, pensar em algo bom. Não pode haver nada de bom quando ele está lá, espatifado, puro sangue. Quando você se vê levemente sozinha e a dor parece ainda maior, uma lágrima insistente escorre e você não quer enxugar. Sabe que o movimento de levar a mão ao rosto e secar aquela lágrima, vai trazer muitas outras. Tenta desesperadamente apertar o passo, chegar em casa, subir o elevador (que magicamente está muito mais lento). Tenta abrir a porta sem tremer, querendo desesperadamente entrar, e a chave nunca pode deixar de cair nesse momento. Ela tem que se espatifar fazendo barulho e algum vizinho tem que abrir a porta nesse momento, carregando um saco de lixo pra levar até a lixeira e te flagrar no ápice da dor, sorrindo e fingindo não ver.
E você também sorri (ou tenta) e na voz mais abafada que já se ouviu falar, diz oi, engasga nas próprias palavras como dentes quebrados e a gengiva dolorida dá vontade ainda maior de entrar, fugir, ficar sozinha. Pega a chave desesperadamente e entra emfim. Engraçado como se espera tanto estar sozinho e de repente a vontade é de voltar lá fora, por que é tão assustador estar sozinho. E as lágrimas cessaram, nem uma vontade de chorar, só vazio e dor enrigecida. Respirar é difícil. Você se força a andar, ir até algum lugar deixar a bolsa, os pesos. E quando faz o primeiro gesto natural (e rotineiro) parece que o resto fica tão fácil. Suas pernas andam até o quarto, seus braços e mãos tiram a roupa, você se guia até o banheiro, tão natural, tão bem. E o banho é quente, demorado, tranquilo. E você se veste e é nesse momento que tudo volta. Dor, lágrimas, asfixia, morte. Seus membros parecem enrigecer-se tanto que você precisa sentar, deitar, fazer algo. A parede mais perto parece tão convidativa e você se encosta, sentando aos poucos. Ah, o desespero. O desespero, o momento da explosão, o choro convulsivo. Aquele choro que parece vir de dentro da sua alma, de algum lugar que está tão longe de você mesma, algum lugar profundo, dolorido, e vem subindo, fisgando, doendo, ardendo até você soluçar, dobrar-se, sentir os músculos doloridos, os olhos explodindo um rio de lágrimas, até você pensar que vai desidratar e morrer. A dor, impiedosa de desejar uma abraço. Quente, macio, tranquilizador. A dor de precisar das palavras de alguém. A dor terrível de precisar ouvir um “shhhh, vai ficar tudo bem”. Essa voz nunca chega, as palavras nunca te alcançam, os braços jamais circulam seu corpo. E humanamente normal, você se recupera. A respiração volta ao normal, você para de tossir e chorar ao mesmo tempo, e só resta a pior dor de todas, aquela dor vaga. Vazia, fria, congelada.
Seu corpo parece oco e sem órgãos, e por minutos sem fim você fica olhando o nada, sua boca seca sem que você a molhe com a ponta da lingua, o rosto inchado fica imóvel e vai perdendo a cor aos poucos. É de se pensar que não suportará mais nada. Mas o ciclo da vida é cruel e você se vê levantando e andando até a cama. Dormindo pesadamente, acordando de manhã pra trabalhar, tropeçando no sonho espatifado, as vezes escorregando no sangue, tendo vontade de chorar de novo e se refazendo. E assim, a vida continua...
At the end of the day, there are some things you just can't help but talk about. Some things we just don't want to hear, and some things we say because we can't be silent any longer. Some things are more than what you say, they're what you do. Some things you say cause there's no other choice. Some things you keep to yourself. And not too often, but every now and then, some things simply speak for themselves.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nós costumavamos tentar agüentar a fome, mas não parávamos de pensar em comida e em como conseguir pôr as mãos em algo comestível. Durante o recreio da escola, eu voltava escondida para a sala, procurando alguma coisa na lancheira de outra criança, algo que não seria notado - um pacote de biscoito, uma mação -, e engolia tão rápido que quase não dava para sentir o gosto. Se eu estivesse brincando no quintal de um amigo, eu pedia para usar o banheiro, e, se não tivesse ninguém na cozinha, eu pegava alguma coisa na geladeira ou no armário, e levava para o banheiro, e comia lá, sempre fazendo questão de dar a descarga antes de sair.
O Brian também se virava como podia. Um dia, dei com ele vomitando atrás da nossa casa. Eu quis saber como ele conseguia vomitar daquela maneira, se nós não comíamos há dias. Ele me disse que tinha entrado escondido na casa de um vizinho e roubado um pote enorme de picles. O vizinho o pegou em flagrante, mas, em vez de o denunciar á polícia, ele o fez comer o pote todo, como castigo.
Eu tive que jurar que não ia contar para o papai.

(O Castelo de Vidro - Jeannette Walls)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O que é mais abstrato do que o amor? Ele não tem forma nem cor, mas é o que me faz parar o coração. A gente busca incessantemente essa sensação de enfartar de amor, de sentí-lo pulsando e estourando nossas veias. Que outra coisa nos leva a isso? O que mais justifica todos os poemas, todas as músicas, toda a angústia e inspiração do mundo?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A gente inventa problemas, quando eles não existem. É que dói mais do que chorar o dia todo, ser feita de sorrisos. Não sou feita de sorrisos. Eles são arremessados de todos os lados contra mim, os vejo a me atingir, desvio, fujo, cubro-me, mas muitos prendem-se às minhas roupas, como velcro. Ao meu redor vejo gente adimirando todos esses sorrisos, sem, ao menos, ver que minha boca não estampa dente algum. São todos meus? São todos sinceros? Há motivo suficiente neles?

É, meu primeiro dia de aula não foi tão ruim como imaginava.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Nunca diga eu te amo se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-los derramar lágrimas por ti. O mais cruel que você pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você , quando você não pretende fazer o mesmo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Julieta era uma idiota. Porque ela se apaixona por aquele cara que ela sabe que não pode ter... Todo mundo acha isso tão romântico: Romeu e Julieta, amor verdadeiro... que triste. Se Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo inimigo, beber uma garrafa de veneno e ir repousar num mausoléu, então ela teve o que merecia.
If I were a boy I think I could understand how it feels to love a girl, I swear I'd be a better man. I'd listen to her cause I know how it hurts. When you lose the one you wanted cause he's taken you for granted, and everything you had got destroyed.
"Se eu pudesse sonhar, seria com você."

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

FUGIR. Pra qualquer lugar, pra qualquer tempo. Esquecer. De dias, de pessoas, de momentos. Sumir. Por alguns dias, pra tentar fazer aquela pessoa notar sua falta. Tentar fugir, esquecer e sumir ao mesmo tempo. Tentar ser forte, tentar ser feliz, tentar sorrir. Tentar chorar, mesmo com os olhos secos. Escolher uma vida, uma rotina, um destino. Viver a vida, sem se preocupar com os problemas. Perceber que nem sempre as coisas acontecem da nossa maneira, como o esperado. Perceber que às vezes não dá pra fugir, esquecer e nem sumir.
Nossa vida é constituída de tempo. Nossos dias são medidos em horas, nosso conhecimento é medido por anos. Agarramos alguns rápidos minutos em nosso dia atarefado para uma pausa para um café. Voltamos correndo para nossas escrivaninhas, vigiamos o relógio, vivemos de compromissos. E mesmo assim o tempo finalmente passa e você se pergunta no fundo do coração se esses segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos e décadas foram gastos da melhor forma possível.
Não espere demais das pessoas, nem exija demais de si, não se prenda a ninguém nem se entregue de cara a uma paixão. Permita-se viver, cantar, dançar, pular, gritar... faça o que seu coração mandar, siga seus instintos, que o destino cuida do resto!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Por favor, se eu disser que não estou bem, não insista em saber porque, não peça para lhe contar a história, pois as explicações me lembram e me perfuram... as lembranças voltam. Por favor, não tente me entender, enxergar coisas dentro de mim, não tente encontrar um brilho em meu olhar no outro dia, pois tudo isso é impossível. Se quiser algo de mim, será meu nome escrito em um papel, pois sabemos que aquilo não vai durar, vai ficar na memória, e quando se for não fazerá tanta falta.
As pessoas mudam querendo ou não... mudam. Os gostos, os rostos, as formas. Simplesmente mudam. Sem nenhuma explicação, sem nenhuma obrigação. Mudam porque cresceram, porque conheceram coisas novas, pessoas novas. As conversas mudam, os sorrisos mudam, os assuntos mudam. É difícil perceber e se acostumar que nada será como antes, e isso, de um jeito ou de outro, machuca. Machuca porque ambos mudaram, e isso... isso não dá pra mudar.
Talvez tu nunca venhas a entender, mas eu já estou acostumada com a minha condição de incompreendida. É que tu não sabes como é frio o lugar de onde eu venho. É que tu não sabe como dóem esses pontos ainda não-cicatrizados. É que não se passa pela tua cabeça que, toda vez em que abro meus braços, sinto esses pontos hesitando em permanecerem fechados, sinto as costuras esgaçadas, sinto o ar que faz arder minhas entranhas, sinto a dor de afogar denovo naquele mar salgado que por tanto tempo me privou de cravar os pés em terra firme. E hoje eu tenho um medo enorme do mar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ás vezes quando se é jovem, você acha que nada pode te machucar. É como ser invencível. Sua vida toda está a sua frente e você tem grandes planos. Grandes planos. Achar seu par perfeito. Aquele que te completa. Mas conforme vai envelhecendo, percebe que nem sempre é tão fácil assim. Só no fim da vida percebe que os planos que fez são só planos, pois no final, quando olha pra trás ao invez de para frente, você quer acreditar que fez o máximo com o que a vida te deu. Quer acreditar que está deixando algo de bom para trás. Você quer que tudo tenha sido importante.
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra como pensa muito mais nela. Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável. Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples. Um dia percebemos que o comum não nos atrai. Um dia perceberemos que a pessoa que não te liga é a que mais pensa em você. Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a isso. Enfim, um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.
Antes de amar alguém, ame a sí mesma. Antes de sair com alguém que te diga que você está linda, sinta-se linda. Antes de dizer palavras bonitas pra um alguém, deixe que alguém te diga coisas lindas antes. Antes de se entregar totalmente, deixe que a pessoa se entregue totalmente. Antes de se apaixonar por alguém, olhe no espelho e se apaixone pelo seu reflexo. Não deixe que frases como “Eu te acho linda” tomem conta de sua cabeça e não se importe em se cuidar, pelo contrário. Se ache linda antes de que te achem linda, porque, muitas vezes, as palavras vão da boca pra fora, ao contrário do que você sente por sí mesma. Antes de qualquer coisa, pense em você e não nos outros. Amor próprio é o amor mais bonito que existe. Se apaixone por você mesma.
"Eu sempre fui do tipo de menina que se esconde atrás do capuz preto, a menina que tem medo de fazer o dizer, com medo de machucar os outros, fazendo machucar si mesma. Mas há momentos que eu paro pra refletir, se eu realmente faria falta, se alguém notaria se eu sumisse."

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

- Por você, faria isso mil vezes! - disse ele. E deu aquele sorriso de Hassan, desaparecendo então na esquina. Só voltei a vê-lo sorrir assim tão descontraído vinte e seis anos mais tarde, olhando uma foto Polaroid desbotada. O Caçador de pipas - Khaled Hosseini
Existem sentimentos que nos levam a fazer coisas inacreditáveis, inimagináveis e até, por vezes, patéticas. Colocam à prova nossas convicções, nossa capacidade de suportar a dor, a pressão e a angústia, só para deixar bem claro que somos bem maiores do que um dia achamos ser. Assim a gente olha pra trás e vê o quão longe chegamos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "É melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói,ai,eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o unico jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Minhas mãos ocupam meus bolsos para que tu não tenhas tentação de te deixar levar por elas. Minhas mãos vão te levar por caminhos que tu não vais gostar de percorrer. É que eu me vou por lamaçais, manguezais e, por inúmeras vezes, já me perdi em florestas das mais altas sequóias, de ramos tão frondosos a ponto de fazerem com que os raios de sol desistam de mergulhar no chão. E eu preciso de duas mãos pra escalar todas essas montanhas que se aproximam ao norte.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

­Uma vez, saí para brincar com meu brinquedo predileto, uma bonequinha de plástico da fada Sininho. Ela tinha uns cinco centímetros, um cabelo louro amarrado em um rabo-de-cavalo bem alto e as mãos na cintura com um ar confiante e desafiador que eu admirava. Acendi um fósforo e aproximei do rosto da Sininho para mostrar a ela como era. Ela parecia ainda mais bonita á luz da chama. Quando o fósforo apagou, acendi outro e, dessa vez, segurei bem perto do rosto dela. De repente, seus olhos se arregalaram, como sentindo medo. Percebi, horrorizada, que seu rosto estava começando a derreter. Apaguei o fósforo, mas era tarde demais. O narizinho antes perfeito da Sininho tinha desaparecido completamente, e os seus lábios vermelhos carnudos foram substituídos por uma beiçola feia e torta. Tentei remodelar o rosto como era antes, mas piorei as coisas ainda mais. Quase que imediatamente, o rosto esfriou e endureceu novamente. Coloquei-lhe umas gazes. Queria fazer um enxerto de pele na Sininho, mas teria que retalha-lá. Mesmo com a cara derretida, ela ainda era o meu brinquedo preferido. (O Castelo de Vidro - Jeannette Walls)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Carregue ela no colo e finja que você vai jogá-la na piscina ... ela vai gritar e te bater, mas secretamente ela vai amar. Segure sua mão enquanto você conversa. Segure sua mão enquanto você dirige. Apenas segure sua mão. Diga que ela está linda. Olhe em seus olhos enquanto você fala com ela. A proteja. Conte piadas idiotas para ela. Faça cócegas nela, mesmo que ela te mande parar. Quando ela começar a te xingar diga que a ama. Deixe-a adormecer em seus braços. Deixe-a brava, em seguida, beije-a. Provoque ela. Deixe ela te provocar de volta. Beija-a na bochecha. Beija-a na testa. Apenas beije-a. Deixe-a vestir suas roupas. Vá devagar. Não force nada, e quando você se apaixonar por ela, diga a ela.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um dia você acorda e descobre que tudo está diferente, que tudo mudou. Você descobre que seu coração já não bate tão depressa, descobre que o motivo da insônia mudou, descobre que já não se preocupa mais. Descobre que aqueles problemas acabaram, descobre que as lágrimas também vêm com a felicidade. Um dia você acorda e deseja ter tudo aquilo de novo, ao menos uma vez. Um dia você acorda e descobre que esqueceu, e por incrível que pareça, você continua forte e inteira. E, então, você descobre que não precisa de nenhum esforço pra sorrir.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quero alguém que fale pouco, mas com o seu silêncio possa dizer muito. Quero alguém que não me faça promessas, mas com pequenos gestos demonstre o seu amor. Não quero alguém que enxugue as minhas lágrimas, mas sim alguém que não me faça chorar. Não quero alguém que me faça cobranças, mas alguém que me compreenda. Não quero alguém que aponte os meus defeitos, mas alguém que tenha a sensibilidade de enxergar as minhas qualidades. Não quero alguém que faça criticas, mas alguém que me aceite do jeito que sou. Só quero alguém que me ame... E deixe ser amado!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quando encontrar alguém, e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar junto chegar a apertar o coração agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dizem que a vida é curta mas não é verdade, a vida é longa para quem conseguem viver pequenas felicidades, e essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança brincando de esconde-esconde. Infelizmente, ás vezes não percebemos isso, e passamos nossa existência colecionando nãos. A viagem que não fizemos; a festa a qual não fomos; o presente que não demos; o amor que não vivemos; perfume que não sentimos. A vida é mais importante quando se é ator e não espectador, quando se é piloto e não passageiro, cavaleiro e não montaria. E como ela é feitas de instantes, não pode nem deve ser medida em ano ou meses, mas sim em minutos e segundos. Então, aproveite o tempo, e se lembre com orgulho daquele tempo que você soube aproveitar no passado, e aquele tempo do futuro, não desperdice. Afinal, porque a vida é agora!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Você sente? O que é que você sente? Você sente porque sente ou você sente porque quer sentir? Existem sentimentos idealizados, coisas que os poetas e escritores colocaram em nossa cabeça, coisas das quais sentimos falta, e necessidade de sentir, mesmo sem nunca ter tido nada semelhante. Tais sentimentos existem, ou seriam apenas criações de cérebros desocupados? Segunda opção, pra mim. Vivemos numa eterna busca por sentimentos idealizados, como se procurássemos por tesouros inexistentes, como que cavando buracos em cômodos. E nós estamos sempre querendo sentir. Queremos com tanta veemência, que não sabemos se estamos sentindo de verdade ou se estamos forçando a barra, fazendo tudo que é possível para acreditarmos que estamos realizados, felizes e... sentindo as coisas.